sexta-feira, 27 de julho de 2012

EUVÍ: Corações Sujos



O Brasil sempre se vangloria de sua liberdade religiosa, de sua diversidade étnica e de sua miscinegação, posso não ser o maior entendedor de como isso faz um país ir numa direção diferente dos outros, mas algo é quase incontestável, a presença dos imigrantes japonesas no século passado foi uma benção pro nosso país.



Feita essa sucinta introdução, gostaria de ir logo ao ponto: fui no Festival do Japão 2012 e la presenciei a pré-estréia do renomado filme Corações Sujos.

A pré-estréia teve a participação de atores da produção e foi exibida numa tela relativamente pequena.

Vamos ao filme:



Corações sujos conta a história de um grupo de japoneses que moravam nos arredores de São Paulo e que no período da Segunda Guerra mundial, por crenças pertinentes à sua cultura, não aceitam que o Japão teria sido derrotado, e aqueles da comunidade que passam a acreditar na derrota japonesa são taxados como indignos de viver e recebem a expressão de corações sujos.

Primeiro vamos falar bem:



O filme conta com um elenco convincente, as atuações são bastante fortes e definitivamente o melhor do filme é a fotografia que, juntamente com a direção transformam certas cenas em verdadeiras obras de arte cheia de significado, infelizmente as vezes isso deixa as cenas longas e meio tediosas para quem não consegue captar a profundidade da mensagem que o diretor quis passar.

O filme óbviamente em si mesmo ja se constitui num íncrivel esforço que deve ser valorizado por contar uma história tão interessante e desconhecida da história brasileira.

Vamos falar mal:



Não sou japonês, não possuo descendência, não tenho nenhum parente ou amigo que tenha também, tudo que conheço da cultura japonesa se limita a alguns filmes, músicas e desenhos que são de conhecimento comum da minha geração, logo, possuo uma incrível dificuldade de entender um dos elementos principais do filme, a honra.



Fica meio difícil pra um brasileiro, pertencente a um povo tão sem memória e que não da valor as suas tradições compreender com exatidão como se sente um japonês que naquela época, que não queria aceitar a derrota do japão, mais difícil ainda é entender por que um nipo-brasileiro MATARIA um irmão só por acreditar numa heresia ou num sacrilégio.



Vi pessoas chorando no cinema, eram velhinhos japoneses que deviam ter se identificado com a história contada.

Apesar da lentidão intencional no ritmo do filme e das atuações fortes, o melhor do filme é a sua execução, pois sabemos o esforço que envolve a produção de um filme como este.

O pior do filme foi não ter adaptado mais fielmente a história do livro, que por si só já narra uma história real e bem mais interessante.

Pra finalizar, qualque amante da cultura japonesa DEVE assistir um filme tão corajoso ao contar um caso triste de uma das comunidades mais íntegras do Brasil que é a comunidade japonesa.



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