Existem vários tipos de dramas, comédia, investigação/policial, médico, drama humano, e esse que eu considero que o Japão não tem como trunfo que são as histórias de amor que lidam tanto com conquista, comédia-romantica, amor proibido até falar sobre o relacionamento em si, muito se fala que os dramas coreanos, chineses e de outros países são melhores nesse aspecto principalmente por mostrarem mais a realidade dos casais, como troca de afeto, beijos e sexo(o que acontece nos doramas de vez em nunca).
A questão é que esse não é o meu estilo preferido de drama, prefiro os de drama humano que conseguem cativar e passar uma mensagem construtiva que pode ser aplicada quase sempre em qualquer sociedade como foi nos casos de Ninkyo Helper e Daisuki!!, assisti Fuyu no Sakura por alguns motivos, o primeiro foi a disponibilidade de legendas, já que a estória atraia apelo e o Tsuyoshi Kusanagi é um ator bem reconhecido, vários fansubs e pessoas legendaram a série, posso dizer que no final das contas vi o dorama por 4 equipes diferentes de subs, o que não me prejudicou muito já que ele não lida com termos difíceis como é no caso de alguns animes/doramas.
O motivo para tanto interesse do fandom internacional foi que Fuyu no Sakura é a versão japonesa do aclamadíssimo Fuyu no Sonata/Winter's Sonata um dorama coreano transmitido em 2002 que foi um enorme sucesso no Japão e que resultou não só em jogos em animes inspirados na trama como foi o precursor da Halyu Wave(onda de produtos e séries coreanos que conquistariam os japoneses) inclusive o ator Ryu Siwon que fez parte da série coreana se tornou um cantor de sucesso no Japão obtendo bons resultados até hoje, o mesmo ocorreu com John Hoon ator do kdrama Goong.
A versão japonesa desde o início foi o drama mais aguardado da temporada ao lado de Taisetsu na Koto blábláblá, isso não só pela história mas pelo elenco de peso como a atriz Miki Imai (que também é cantora e não atuava a quase 10 anos) e ao Ex-Kamen Rider cheio de fangirls Takeru Sato, mas sinceramente nem eles e nem o próprio Tsuyoshi Kusanagi conseguiram salvar o drama.
A trama é um pouco clichê, uma mulher(Miki Imai) vai a uma cidade do interior fotografar a "Fuyu no Sakura" uma flor caracteristica do Japão só que só dá flores durante alguns dias do inverno ao contrário da Sakura normal, lá ela é assaltada, bate com a cabeça e é acudida por um vidraceiro(Tsuyoshi Kusanagi) que a hospeda em sua casa enquanto ela não lembra do seu passado, ali começa o climinha amoroso, mas um policial descobre a familia dela, que ela é casada e tem uma filha, impossibilitando o romance com o protagonista. E por ai a série prossegue a cada episódio algo de ruim acontece com ela, vemos que ela é mal tratada pelo marido, que sua melhor amiga a engana e tem um caso com ele e o pior que ela tem um tipo de câncer no cérebro, nisso o personagem de Tsuyoshi se demite e vai para a cidade tentar ajudar a coroa, óbvio que durante o drama muitos momentos de pura apelação e obstaculos aparecem para fazer você que assiste se emocionar, mas é algo tão forçado que dúvido que alguem realmente consiga se importar com aqueles personagens(que alias eu considerei mal desenvolvidos). Um dos maiores dilemas do drama é quando ela precisa fazer uma operação que a dará boas chances de se curar do câncer, no entanto se ela o fizer irá se esquecer de todos os momentos recentes que passou com o vidraceiro, e por ai vai, nada de bom acontece em nenhum episódio em todos os protagonistas encontram mais e mais dificuldades e fica cada vez mais chato.
O que acho é que a série tenta ser o tipo de dorama que vai levar as donas de casa ás lágrimas em todos os episódios com as dificuldades e o amor proibido que os protagonistas querem ter, mas diferente de doramas de como Um litro de lágrimas onde também ocorrem acontecimentos tristes em todos os episódios mas no fundo é um dorama que fala sobre a superação de viver a cada momento em Fuyu no Sakura é apenas sofrimento por sofrimento de modo que fica claro que não existe moral ali a não ser os clichês piegas de doramas, eles passam por tudo aquilo pra ter a esperança de ficarem juntos no final e poderem ver mais Sakuras juntos, mas chega a um ponto que a união dos dois se torna cada vez mais impossível, ou seja é sofrer por sofrer. Praticamente diria que esse dorama é ou pra pessoas sádicas ou pra choronas.
A figura do protagonista(Kusanagi) me incomodou muito, ele é simplesmente faz o esteriótipo do principe encantado, ele se envolve gratuitamente com uma mulher de meia idade, casada, com uma filha e com uma doença que pode causar sua morte ( o câncer) que conhece a poucos dias, mesmo assim ele acha que vale a pena largar seu emprego e se mudar para outra cidade só para garantir que ela fique bem, sério qual o sentido disso tudo que eu acabei de dizer?! (nenhum) conversando com amigos sobre a cultura japa é constatado que mulheres de meia idade separadas com filhos no Japão dificilmente conseguem se casar de novo, mas vamos dar um desconto já que eles apenas estão adaptando isso do drama coreano, mas que não faz sentido realmente não faz.
E outro problema que o roteiro tem é o de não desenvolver os demais personagens fixos, tanto que descrevendo a estória nem precisei a mencionar o personagem do Takeru Sato que faz um médico irmão do protagonista, sua função até a metade do drama é hospedar o irmão e ter cenas que até ali não tem relevância no geral, só passa a ganhar importancia quando na metade da série tem um conflito com o marido da protagonista é que o médico cirurgião do hospital em que ele trabalha, o destaque vai pra moça que faz a namorada dele, apesar de também não ter importância pra série ela é bem carismática e entretem com suas expressões. No geral podia dizer que era possível limar os personagens de ambos criando outra solução como um Hotel pro protagonista na cidade ¬¬
Ficava matutando sobre como seria o final do dorama havia duas opções, ou ela se curava e ficava junto do personagem de Tsuyoshi, ou morria e panz, o dorama tem tantos acontecimentos ruins que ele cria um clima de muito pessimismo quanto ao final, fiquei pensando desde o episódio 4 que daria tudo errado porque não dava, o dorama não tava dando nem uma brecha pra se pensar o contrário, a outra opção apesar de mais romântica e coerente com o que o publico-alvo quer se torna cada vez mais impossível e chega a não ter cabimento, por isso sempre achei que eles se dariam mal no final, e isso não é spoiler eu deduzi isso sem conhecer o Fuyu no Sonata.
Como deu pra perceber eu não gostei do drama, achei insuportável mesmo, mas como via 3 episódios por mês achei que valia a pena acompanhar até o final, se com 9 episódios já foi tão ruim imagina com 20 da versão coreana, fico pensando COMO os japoneses gostaram dessa série, se ela tiver todo esse drama mimimi de Fuyu no Sakura pode-se dizer que o culto a série não passa de mal gosto dos japoneses.
Apesar do bom elenco destaco a Kato Rosa que fez um papel muito apagado, mas que conseguiu chamar a atenção e passar a emoção que as cenas pediam, não foi uma personagem dificil, mas como disse chamou a atenção, o Takeru Satoi não fez nada demais, mas pelo menos não foi mal, afinal ele teve muito pouco espaço ali mesmo sendo do elenco fixo. Diria que a Miki Imai fez um bom trabalho pra quem não atuava a tantos anos, mas o Tsuyoshi Kusanagi com certeza mostrou uma regressão enorme em relação a seu drama anterior Ninkyo Helper, tudo bem que o roteiro e o personagem dele não ajudaram nem um pouco mas como já disse, não convence, não me sai da cabeça que ele em vários momentos não estava fazendo nada além de ser um principe encantado, mesmo assim, numa das cenas digamos """"""mais emocionantes"""""" da série que é no final ele atua bem.
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#SPOILER
Como disse o dorama segue o que se esperava e têm um final óbvio em que a protagonista morre gerando mais e mais cenas apelativas que tentam emocionar, posso dizer que estava torcendo pra esse final mesmo, não faria sentido se acontecesse outra coisa, mas o fato do vilão ter ficado bonzinho no final soou MUITO ridiculo.
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Precisava desabafar, escrevi no desgosto do momento. Se concordam ou discordam é só comentar.
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