Outro dia estava sentado num transporte coletivo e vi algumas pessoas em pé. A educação que me foi dada me impele a levantar e dar lugar para os velhos, para as grávidas e para as mulheres. No entanto, ao ver várias mulheres de pé no ônibus comecei a me perguntar porque deveria dar o meu lugar para elas. Será que a mulher realmente precisa ficar sentada enquanto eu passo a viagem toda em pé? Será que o "sexo frágil" não merece algumas regalias devido a todas as dificuldades que são inerentes a dura realidade feminina?
Infelizmente, meu pensamento está bastante antiquado nesse assunto. A muito tempo as mulheres não são mais consideradas o sexo frágil. Hoje, as mulheres avançaram e disputam de igual para igual com os homens as posições mais vitais no mercado de trabalho. Atualmente, as mulheres ocupam espaços que no passado seriam apenas dos homens. O mundo mudou e conforme o mundo mudava as mulheres buscaram seu espaço não pela força, mas pela inteligência.
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No passado as mulheres ocupavam um papel totalmente submissivo em relação aos homens. Certa vez ouvi uma história de uma mulher que simbolizava de forma ímpar o papel feminino no século passado. Maria era uma bela mulher com pouca educação e muito religiosa que vivia no interior do Brasil em meados do século passado. Maria teria se casado virgem e depois teria tido vários filhos com seu primeiro namorado.
Certa vez, ao chegar em casa bêbado, o marido de Maria a agrediu na frente de todos os seus filhos, o que depois se tornou um hábito. Como Maria era muito religiosa, se recusou a pedir o divórcio. Mais tarde, Maria descobriu que seu marido a traía com outras mulheres, mas ela continuou casada e ainda teve mais filhos. Um dia o marido de Maria a largou para morar com outra mulher, a deixando em dificuldades financeiras. Maria era uma guerreira e começou a trabalhar duro costurando para sustentar todos os seus filhos e para que eles pudessem ter uma melhor educação. Distinta, Maria só aceitou se casar com outro homem depois que seu primeiro marido já havia morrido.
Quando meu pai me contou a história da Maria, ela já teria morrido a muitos anos, mas ela teria conseguido formar todos os seus 5 filhos, vivendo o suficiente para vê-los casar e ter filhos. Sem dúvida, Maria era o retrato de uma mulher que não tinha oportunidade alguma, porém conseguiu vencer as adversidades da vida através do trabalho e da fé que ela tinha. Se eu visse uma mulher como Maria no ônibus, eu certamente daria meu lugar a ela, mas atualmente eu sei que ela é a exceção.
Hoje, as coisas mudaram, as mulheres tem livre acesso à educação e podem decidir quantos filhos têm através dos métodos anticoncepcionais. Ao longo dos séculos XIX e XX, alguns fatos marcaram a história dos movimentos feministas. Vejamos, a seguir, algumas importantes datas.
1788 – O político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
1789 – Na França, as mulheres passam a atuar na sociedade de forma mais significativa, reivindicando a melhoria das condições de vida e trabalho, a participação política, o fim da prostituição, o acesso à instrução e a igualdade de direitos entre os sexos.
1791 – A francesa Olympe de Gouges lança a Declaração dos Direitos da Cidadã, na qual reivindicava o "direito feminino a todas as dignidades, lugares e empregos públicos segundo suas capacidades".
1793 – Olympe de Gouges é condenada à morte e guilhotinada em 3 de março por "ter querido ser um homem de estado e ter esquecido as virtudes próprias do seu sexo". Nesse mesmo ano, as associações femininas foram proibidas na França.
1819 – A Inglaterra aprova a lei que reduzia para 12 horas o trabalho das mulheres e dos menores entre 9 e 16 anos.
1840 – Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
1859 – Surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
1862 – Durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
1865 – Na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
1866 – No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
1869 – É criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
1870 – Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
1874 – Criada no Japão a primeira escola normal para moças.
1878 – A Rússia implanta uma universidade feminina.
1901 – O deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres.
1903 – Profissionais liberais norte–americanas criaram a Women's Trade Union League. Esta associação tinha como principal objetivo ajudar todas as trabalhadoras a exigirem melhores condições de trabalho.
1908 – Mais de 14 mil mulheres marcharam nas ruas de Nova York, reivindicando o mesmo que as operárias de 1857, além do direito de voto. Caminhavam com o slogan “Pão e Rosas”, em que o pão simbolizava a estabilidade econômica e as rosas, uma melhor qualidade de vida.
1910 – Numa conferência internacional de mulheres, realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher.
1930- Inventada a camisinha feita de látex.
1932 – É instituído no Brasil o voto feminino.
1960- Criada a pílula anticoncepcional.
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Quando estou sentado em um ônibus eu faço questão de levantar para os idosos, pois eles são de uma geração que respeitava os mais velhos e merecem ser tratados de igual forma. Eu também levanto para as grávidas, pois respeito a vida humana e sei que a gestante está fazendo um sacrifício, uma vez que toda a mulher que não aborta está ajudando a criar a próxima geração. Eu não levanto para as mulheres jovens por uma série de razões.
Atualmente, a maioria das mulheres que eu conheço são mais promíscuas, mais fortes, mais bem sucedidas e mais auto-suficientes do que eu. Se antes a mulher não podia nada e homem podia tudo, agora os dois podem tudo. As mulheres lutaram durante toda uma geração para adquirir uma "igualdade" em relação aos homens e parece que elas estão conseguindo. Em muitos sentidos, as mulheres se tornaram praticamente homens. Logo, a única conquista feminina que eu me importo foi o direito delas andarem em pé dentro dos ônibus.
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