sexta-feira, 26 de outubro de 2012

EUVÍ: Salve Jorge, Salve-nos quem puder ~ perseguida por alguns evangélicos, a novela faz-nos sentir saudades de Avenida Brasil

Depois de uma novela tão aclamada como Avenida Brasil, eu imaginei que a próxima novela das 9 seria ainda melhor. Achei errado.

Salve Jorge chamou mais atenção até agora mais pelo nome do que pela trama em si. Evangélicos rancorosos vêm tentando boicotar a novela apenas pelo fato da novela ter nome de um santo da igreja católica.



O mais intessante é que a Globo já fez milhares de novelas que faziam clara apologia ao espiritimo e os evangélicos não falaram nada.

Se formos analisar as novelas da Globo, quase todas elas tentam denegrir e zoar os evangélicos, sempre os apontando como fanáticos e mesmo assim nunca vi ninguém tentando boicotar uma novela antes. Mas agora não, a novela serveria apenas para propagar valores de São Jorge/Ogum na sociedade. Ridículo. Mas o que preocupante é que se os pobres emergem no Brasil, os evangélicos pobres podem causar um rombo na audiência da novela.

A novela em si na minha opinião não chamou a atenção por nada. A autora tenta mais uma vez investir numa heroína pobre que trabalha para dar uma vida melhor a seu filho que teve com um marginal.

A novidade da novela é que ela tenta humanizar as periguetes, classe de mulheres que se vestem desprovidas de qualquer pudor para atrair a atenção do maior número de homens possíveis.

Se Avenida Brasil investia em mostrar uma classe média emergente, Salve Jorge insiste em mostrar uma protagonista que mora na favela e convive com todas as mazelas e peculiaridades que já estamos cansados de saber.



Na novela, o morro é "pacificado", mas porque existem tantos bandidos armados em tal morro? Eu pensei que na realidade os morros pacificados não tinham traficantes armados, na realidade da novela deve ser diferente.

Se Avenida Brasil já começou a mil por hora, Salve Jorge começa ja dando dicas que vai abordar assuntos cada vez mais absurdos como todas as outras que a autora já produziu. Não vou nem comentar o fato do capitão ser devoto e se envolver com uma periguete enquanto sua mulher está em casa.



A novela conta a história da protagonista que se veste como uma assumida periguete e frequenta os bailes funk da favela depois do trabalho para assim brigar com outra periguete por causa do ex-namorado que não a daria a pensão alimentícia a seu filho. Que elegante né.

A novela já começa com um belo de um barraco entre duas periguetes no meio de um baile funk por causa de pensão alimentícia que um bandido não teria pago.

A protagonista em decorrência do barraco consegue facilmente conquistar um militar gente boa que tinha um relacionamento com uma mulher muito mais bonita e prendada que ela. O militar conhece a protagonista quando a prende por desacato. Isso mesmo, ele a prende por desacato.

Depois de um mal entendido novelesco a protagonista consegue roubar um beijo do general e iniciar um amor que as ficções gostam de propagar, o improvável amor entre opostos que se atraem.

Agora pra vocês verem né, se Avenida Brasil já começou com uma trama elaborada com traição, vingança e mistério, Salve Jorge tenta emular a fórmula da história de amor.



Mas é óbvio, a novela ainda vai abordar vários temas interessantes como tráfico de mulheres para a Turquia. Engraçado que eu não acho que a Turquia seja um lugar onde haja tanto tráfico de pessoas assim. Será que a novela se passa na Turquia só pra alavancar o turismo nesse país? Claro que não né.

Muito instrutivo uma novela abordar pra temas religiosos e denunciar o tráfico de mulheres quando essa mesma novela exalta bailes funk onde mulheres são coisificadas e transformadas em objetos sexuais.

Se algumas mulheres são levadas para outro país para se tornarem prostitutas, muitas não precisam ir muito longe para se prostituirem ao som de músicas e danças obscenas que geram uma reprodução da promiscuidade e de gravidezes indesejadas.

Pelo menos dessa vez eu aposto que a autora já começou a novela sabendo como vai acabar e que não vai cair no clichê do quem matou fulano.



Não sou nada devoto, nem tenho nada contra o grande santo católico, mas dessa vez vou ter que boicotar uma novela, não porque carrega seu nome, mas porque ela simplesmente não carrega uma história que possa comprar a minha atenção. Até porque eu posso não ser santo, mas eu não pretendo prostituir meu tempo com uma trama tão desinteressante.

Já estou sentindo saudades da Carminha.

2 comentários:

  1. Não acho que o assunto sobre trafico de mulheres seja um assunto desinteressante, pois tenho 2 filhas lindas e não gostaria que isso acontece com elas, por isso penso que seja muito bom as jovens ficarem alertadas através da novela pra esse tipo de abordagem e até as famílias dessas jovens.

    ResponderExcluir