sexta-feira, 10 de maio de 2013

A privatização do Maracanã: progresso ou roubo escancarado?




Pan
No ano de 2005 o Maracanã fechou as portas durantes vários meses na administração da governadora Rosinha Garotinho. A obra, que acabou com a zona conhecida como geral, custou 260 milhões de reais e diminuiu a capacidade do estádio para 60 mil lugares. No entanto, o Maracanã estaria preparado para o panamericano do Rio de 2007.

Olimpíadas
Para a alegria dos políticos e das empreiteiras, o Rio foi escolhido para sediar as Olimpíadas. Logo, o trabalhador foi obrigado a pagar com seus impostos suados por mais uma gastança dos recursos públicos. Os políticos receberiam recursos das empreiteiras para suas campanhas, dando em troca todas as condições para que elas fizessem uma obra apressada e superfaturada.

Jeitinho brasileiro
Depois de muito atraso nas obras, o governo do Rio aprovou um adicional de 200 milhões para a conclusão da obra do Maracanã, fazendo assim que a obra chegasse ao valor mágico de 1,049 bilhão de reais. Só para se ter uma comparação, o Estádio Olímpico de Berlin, palco da final de 2006, custou cerca de 634 milhões de reais.

Privatização

Em 2005 o Maracanã já havia sido reformado. Por que derrubar o estádio para construir tudo denovo senão para enriquecer as empreiteiras? Depois de receber mais de 1,45 bilhão de reais de dinheiro público nossos governantes decidiram privatizar o Maracanã.

Portanto, depois do povo gastar seu dinheiro suado para reformar e reconstruir o estádio, veremos o governo repassar a administração do Maracanã para Consórcios privados, que lucrarão em cima do investimento público.

O Ministério Público, em estudo, calcula que o consórcio vencedor lucrará 2 bilhões de reais em 35 anos - administrando um estádio que o povo gastou 1,45 bilhão para erguer.

Me engana que eu gosto
Dois consórcios disputaram a licitação para administrar o Maracanã. Um dos consórcios era ligado a uma empresa do grupo X (IMX) de Eike Batista. Eike Batista é o milionário que até já cedeu seu jatinho para o muito honesto governador do Rio Sérgio Cabral. O outro consórcio era ligado a Odebrecht, que atuou na reforma do Maracanã.

Tudo entre amigos
Adivinhem quem venceu o consórcio? O grupo vinculado ao amigo do governador e milionário decadente Eike Batista. Antes de fazer parte da concorrência, a IMX fez o estudo de viabilidade, que orientou todo o processo. Além de ter acesso a informações privilegiadas, a IMX já entrou na disputa como credora do estado.

Decisão Judicial
Em face de toda essa patifaria, uma decisão judicial suspendeu a privatização do Maracanã.

Capitalismo
Em nenhum momento o povo foi questionado sobre a privatização do Maracanã. Pessoalmente, não vejo nada contra privatizações se têm o objetivo de melhorar serviços e mitigar gastos públicos. No entanto, o que vemos no Rio de Janeiro não é uma processo de privatização, mas um processo chamado de Crony Capitalism( capitalismo de compadres), onde a iniciativa privada se une ao governo para tirar vantagens frente ao livre mercado.

Perdedor da Copa
Toda essa história foi acompanhada na frente dos olhos de todos. No final das contas, o grupo que administrará o Maracanã lucrará com os altos ingressos que cobrará da população humilde. Só quem perdeu nessa história foi o povo.

Se a iniciativa privada quer lucrar com um estádio, construa um com os recursos dela e cobre o quanto quiser, mas lucrar em cima do dinheiro do povo é uma atroz imoralidade.

Eleição
Agora o governador Sérgio Cabral, que já conseguiu reeleger Eduardo Paes, tentará lançar o nome de seu vice, Pezão, para o governo do Rio. Um governador que trata o capim do Maracanã com mais cuidado que o dinheiro do povo não merece um sucessor. Além do mais, quem garante que um cara chamado Pezão também não é um Mão grande?

Nenhum comentário:

Postar um comentário