quarta-feira, 17 de abril de 2013

EUVÍ: A crença no deus punitivo e a associação a má saúde mental de seus fiéis.




João 3:16 - Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

Naum 1:2- O Senhor é um Deus ciumento e vingativo, o Senhor é vingador e forte em ira

Se Deus existe,  ele (ou ela, ou o quer que seja) é inerentemente benevolente ou punitivo? As duas seleções bíblicas acima demonstram claramente que Deus pode ser as duas coisas, mas muitos crentes isolam a sua percepção do Todo-Poderoso em uma visão singular.

Pois bem, uma equipe de psicólogos liderados por Nava Silton do Marymount Manhattan College fez uma interessante pesquisa no tocante a espiritualidade dos americanos. Analisando uma pesquisa Gallup realizada em 2010, os pesquisadores procuraram determinar como a percepção de Deus - como punitivo, benevolente, ou indiferente - foi associada com cinco diferentes sintomas psiquiátricos: ansiedade generalizada, ansiedade social, paranóia, obsessão e compulsão.

Aos entrevistados foi dada 6 opções de como eles viam deus - absoluto, crítico, justo, punitivo, grave ou colérico. Um sistema de numeração foi usado para medir o grau no qual o sujeito via cada opção sobre sua visão sobre deus (muito bom = 4; pouco bom = 3, não muito bom = 2, etc.)

De forma semelhante, os entrevistados responderam perguntas destinadas a medir os cinco sintomas psiquiátricos mencionados (ansiedade generalizada, ansiedade social, paranóia, obsessão e compulsão.). Os pesquisadores descobriram que a crença em um deus punitivo foi significativamente associada com um aumento na ansiedade social, paranoia, obsessão e compulsão.

Por outro lado, a crença em um Deus benevolente foi associado com reduções nesses quatro sintomas. A crença em um Deus indiferente não estava ligado a nenhum sintoma. Então, isso significa que as pessoas tementes a Deus são mais ansiosas por causa de suas crenças, ou pessoas que acreditam em um Deus amoroso tem menos com que se preocupar? Possivelmente ambas as coisas, dizem os pesquisadores.

O estudo teve um grande tamanho de amostra e as suas conclusões concordaram com uma infinidade de pesquisas anteriores. Em primeiro lugar, os dados foram suscetíveis a influências externas invariáveis. Além disso, o estudo foi transversal, o que significa que ele não pode dizer conclusivamente se a crença num deus benevolente ou punitivo afetou os sintomas psiquiátricos, ou vice-versa.

Ainda assim, os resultados são bastante provocantes. Segundo os pesquisadores, os resultados fazem sentido à luz da Teoria das avaliação de ameaça evolutória, que afirma que as crenças fundamentais sobre a periculosidade do mundo pode influenciar o bem-estar mental."Nós propomos que a crença em um deus benevolente inibe avaliações de ameaças sobre a periculosidade do mundo, diminuindo assim os sintomas psiquiátricos", escrevem os pesquisadores.

Mas também dizem que o pêndulo possa oscilar para o outro lado, bem."A crença em um Deus punitivo ... facilita a avaliação das ameaças, que o mundo é perigoso, com deus colocando  ameaças e aumentando assim a sintomatologia psiquiátrica."

É bom deixar claro que por mais que a crença num deus punitivo possa estar associada com distúrbios mentais, cientistas já demonstraram que os crentes num deus punitivo geralmente - e obviamente - são mais honestos do que os crente num deus amoroso.

Fonte: Silton NR, Flannelly KJ, Galek K, Ellison CG. "Beliefs About God and Mental Health Among American Adults." J Relig Health. 2013 Apr 10

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