domingo, 14 de abril de 2013

EUVÍ: Vale a pena proibir a venda de drogas e liberar o consumo? E a internação compulsória?


Nossa sociedade a cada ano que passa se distancia a cada vez mais das crenças religiosas e da moral judaico-cristã, se tornando gradativamente mais materialista e dando menos importância para supertições. Como resultado disso, não são poucas as mazelas que surgem para as pessoas que veem a vida como uma perseguição da felicidade individual, que se consiste em dinheiro, sexo, bens materiais, realizações amorosas e etc.

Como nossa sociedade vende prazeres que nem todos conseguem alcançar, não são poucos os inocentes e os insaciáveis que mergulham de cabeça no mundo das drogas, para experimentar sensações de prazer que não condizem com a realidade. Não são poucos aqueles, que frustrados com as duras realidades de suas vidas, resolvem apelar para a fuga dos alucinógenos.

Conforme a nossa sociedade mergulha no materialismo, cresce o número de dependentes químicos. Aquilo que antes era ignorado pela sociedade, agora passa a ser visto como uma calamidade pública.  Nossa sociedade, que tanto se orgulha de sua tolerância com o álcool e o cigarro, passa a começar a analisar como a legalização das drogas poderia resolver as mazelas criadas pelo tráfico e pelos males nas vidas das famílias de dependentes químicos. Se o álcool e as drogas são permitidos, por que não estender isso para drogas que afetam a consciência?

[caption id="" align="aligncenter" width="655"] On the streets of Rio, only the elite survive.[/caption]

O filme Tropa de Elite exemplifica perfeitamente o problema das drogas. No filme, é mostrada uma classe média fanfarrona e drogada que financia o tráfica de drogas com o consumo e depois reclama da violência quando são afetados. O recado do filme era simples: o problema é o consumo. Se o consumo acabar, acaba o problema. Sem consumo os bandidos não teriam como se armar e por que dominarem comunidades, instalando um verdadeiro poder paralelo.

No Tropa de Elite 2, o diretor influenciado pelo político Marcelo Freixo, resolveu afinar sua mensagem e simplesmente culpar o "sistema". O "sistema" é inexpugnável e por isso, nada pode resolver os nossos problemas, uma vez que nossa sociedade estaria corrompida desde os mais elevados postos do poder. Culpar o sistema é bem melhor do que culpar o consumo, pois assim não será jogada nenhuma culpa nos telespectadores do filme que fazem uso inocente de drogas ilícitas. Afinal, é muito mais fácil culpar os políticos do que culpar algo que todos nós alimentamos.

O problema das drogas é que nossa cultura as vê de forma cada vez mais aceitável e nossas leis as veem de forma cada vez mais inaceitável. Logo, se criminaliza a venda, mas se permite o consumo. Qualquer economista de botequim sabe que ao criminalizar um bem, o preço desse produto tende a aumentar, encorajando criminosos a comercializar esse bem. Se a nossa cultura que faz apologia ao hedonismo e a promiscuidade só faz aumentar a demanda por drogas, a consequência é que o comércio de drogas se torne ainda mais lucrativo, aumentando também a ambição dos criminosos.

Permitir o porte de drogas e considerar o drogado como um doente acaba que apenas alimenta ainda mais esse sistema causador de morte e violência. As entidades de direitos "humanos" defendem sempre que o viciado não deve ser punido pelo vício deles. O problema é que toda a sociedade acaba tendo que pagar caro pelo vício de alguns. Infelizmente, as consequências do vício não atingem só o viciado.

[caption id="" align="aligncenter" width="600"] O dependente químico não agride apenas a si, mas a todos a sua volta. Permitir que eles prejudiquem a si e aos outros é de fato desumano.[/caption]

Quem são os verdadeiros penalizados pelo uso de drogas são os famíliares de viciados que perdem seus bens e suas vidas, assim como todas vítimas de crimes causados pelos viciados, e claro, os contribuintes que têm que pagar impostos para não ter suas seguranças asseguradas. É preciso acabar com essa hipocrisia de que viciado é somente uma vítima. É a sociedade que é a vítima inocente dos crimes causados pelos consumidores e vendedores de drogas.

É muito fácil culpar toda a sociedade pelos crimes causados pelos viciados, ou melhor, pelos dependentes químicos. É como se todo nós, em nossa inércia, fossemos os culpados pelos crimes causados pelos vendedores e consumidores de drogas, apenas por que defendemos que as drogas devam ser proibidas.

Atualmente, o que vemos em algumas regiões do Brasil é uma falta de fiscalização e uma extrema tolerância ao consumo, que acaba criando uma situação que nos faz crer que as drogas já foram praticamente legalizadas. Como resultado, viciados tomam as ruas e cidadãos de bem se trancam em casa com medo de sair a noite.

Pouco a pouco, a paisagem das nossas cidades se torna mais perversa, deixando os drogados em liberdade e mitigando as liberdades dos cidadãos de bem. Isto não pode ser aceitável. É preferível ver os dependentes químicos presos nos abrigos do que provocar a prisão funcional dos bons cidadãos. Não é lógico permitir que todos percamos nossas liberdades e nossos direitos individuais em função de pessoas que não são capazes de fazer suas decisões de forma ponderada.

Antes de ser vítima, o viciado é cúmplice do tráfico, ele alimenta a violência com seu financiamento ao crime organizado e com seu comportamento degradante e perigoso que afeta a todos. Quem acaba pagando caro somos todos nós. Devemos ter a responbilidade de mitigar os atos daqueles que são irresponsáveis. Quem tem que ser responsabilizado é o viciado, não toda a sociedade.

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