quarta-feira, 17 de outubro de 2012

EUVÍ: A conspiração (crítica)

Certa vez perguntaram a Barack Obama que presidente de filme ele mais se inspirava, ele disse que era o do filme A conspiração(The Contender, 2000).

Bem, eu vi o filme, não é bom, então vou falar o que posso.

O presidente do filme é bem parecido com Obama, ele é bastante liberal, tem a mídia do seu lado, charmoso, mente aberta, tolerante, se acha muito esperto e é irônico. E tem um congresso com a oposição no controle.

As semelhanças param por aí, o presidente do filme conseguiu se reeleger, é muito bem avaliado, tem bastante moral.

Hollywood adora fazer filme que exaltam a ideologia liberal e taxam os conservadores como os errados, o roteiro desse filme apenas exercita esse músculo liberal.

O filme é ideológico e a história tem um viés infantil.

Existe um presidente(Jeff Bridges) em segundo mandato que precisa escolher um vice presidente pro lugar do antigo que acabou de morrer.

Existe um governador( William Petersen, o grissom de CSI), que é popular e quer a vaga. Daí descobrem que ele tentou salvar uma menina que estava se afogando, só que a menina morre. Mesmo assim é tido como herói.

O presidente decide não escolher o governador, mas uma senadora(Joan Allen) que é mulher, ex-membra do partido opositor e atéia. Ele a julga ser a melhor para o cargo, assim ele mostraria como está a frente de seu tempo.

O líder da oposição(Gary Oldman) é o melhor papel do filme, mas age como um idiota o tempo todo. Ele julga por algum motivo que vale a pena se esforçar MUITO para que o vice presidente escolhido seja o governador que nem do partido dele é.

O líder da oposição então descobre fotos e vídeos da senadora fazendo sexo grupal na época da faculdade e vaza para a imprensa. O congresso decide então não aprovar o nome da senadora "libertina" para a função de vice.

O presidente não se importa com o vídeo, ele é moderninho e diz que quer ela como vice mesmo quando ambos os partidos resolvem que não vão aprovar sua indicação.

Para ele o fato de existir vídeos de uma mulher fazendo sexo grupal não a desqualifica para ser vice-presidente, vai ver ele acha que isso até a qualifica mais.

Então o presidente engana o bobão do líder da oposição(claro, os conservadores são todos uns bobocas e os liberais são os espertos).

Depois o presidente mostra que na verdade o governador tinha armado o salvamento da menina para chamar a atenção da mídia e ser o vice.

Com o líder da oposição enganado, ele dá um discurso no congresso e prova por a+b que está certo e quem pensa diferente dela está errado.

Ele aponta para o líder da oposição com veemência  e o julga por sua hipocrisia, fala porque a senadora deve ser vice e num toque de mágica todos os deputados mudam de ideia e resolvem ali mesmo aprovar o que o presidente quer.

É engraçado, agora sei porque o Obama gosta tanto desse filme, ele adoraria que a realidade fosse igual a esse filme, ele deve até pensar que o filme está certo e a vida real está errada.

Quando ele dá um discurso no congresso defendendo um tema em que ele tem certeza que tem razão e ao final do discurso a oposição continua contrária, nesse momento ele deve começar a achar que existe algo de errado.

Governar na vida real é diferente dos filmes. Nos filmes, basta dar um discurso emocionado e liberal e todos choram e se dobram a sua retórica, você convence todos. Na vida real é preciso ter moral e capital político para convencer quem discorda de você.

A mensagem do filme é uma mensagem mentirosa, diz que não importa o que você faça no passado, se você for qualificado para certa posição eletiva, ninguém tem o direito de te julgar pelo seu passado. Então faça o quiser e as consequências que se danem.

Na vida real, se você almejar uma posição que necessite de uma moral ilibada, seu passado SERÁ levado em consideração SIM!

Mesmo que você se arrependa, se converta ou negue o que fez, ainda assim pagará pelos erros do passado. O ser humano têm o hábito de julgar os outros.

Então, tome cuidado, aquilo que você é hoje pode prejudicar aquilo que você poderá ser amanhã.

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