segunda-feira, 15 de outubro de 2012

EUVÍ: Religião, deus, kit gay e política no segundo turno da eleição de São Paulo


Me lembro da primeira vez que fui a São Paulo, me lembro de ter dito: "Meu deus! São Paulo!"; daí fui uma segunda vez e me lembro de ter afirmado: " É né, São Paulo"; já na terceira vez eu já estava resmungando: "Ah, São Pau...".



São Paulo é uma cidade que tem o nome do apóstolo Paulo, o mais importante dos apóstolos, que mesmo sem ter visto Jesus em vida teve muito mais fé que os outros apóstolos que viram, e além disso foi o que mais trabalhou para a expansão e doutrinação da nova religião.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=TdjN9Lk67Io]

Na eleição de 2010, descobriram que Dilma, a pupila de Lula, tinha um vídeo falando que era a favor do aborto e dava a entender que não acreditava em deus.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=P--taA9aaZM]

Vivemos numa democracia, não há nenhum problema em apoiar o aborto e muito menos há no direito inalienável de professar sua fé, que no caso dela seria a inexistência divina.

O problema é que quando você é candidata de um partido que precisa de milhões de votos católicos e evangélicos, declarações polêmicas não ajudam a ganhar votos.

Na época houve todo um rebuliço para evitar que os boatos se espalhassem e o PT perdesse votos. Muitos religiosos optaram por outros candidatos e o PT não venceu no primeiro turno.

Na eleição municipal paulistana de 2012, Fernando Haddad do PT é muito cobrado pelo "kit gay" que seria distribuído nas escolas enquanto ele era ministro da educação.

O Brasil tem um problema real com o preconceito aos homossexuais, isso é real, mas nos vídeos do kit gay que seriam distribuídos nas escolas eram um pouco abusivos, ao invés de orientar as crianças à tolerar os homossexuais, havia uma propaganda da opção sexual.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=2vfxsoFFXGc]

Em certo momento de um dos três vídeos, contava a história de um menino que virou bissexual e passou a ter 50% a mais chances de se relacionar com alguém. ERRADO, se alguém é hétero e vira bissexual aumenta em 100% as chances de se relacionar! Não 50%.

Os vídeos, que custaram mais de 1 milhão ao erário e não foram exibidos depois da pressão feita pelo congresso, mas um novo kit gay vem por aí.

Foram para o segundo turno Haddad, o responsável pelo kit e Serra, que já havia explorado polêmicas religiosas na campanha de 2010.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=Mhi8JMzoyFA]

É aí que aparece em um vídeo, o polemicista e pastor Silas Malafaia para dar apoio ao candidato Serra alegando motivos morais implicando a ligação de Haddad e o kit gay.

Muitos jornalistas da impressa criticaram o religioso, muitos com razão, o discurso dele tem um conteúdo democrático, mas uma forma intolerante, falando rispidamente em um tom agressivo, reprovável para um religioso, tanto que Serra se distanciou um pouco de seu "apoio".

Só porque um cidadão é religioso(ou não) não quer dizer que não pode expressar sua opinião sobre qualquer assunto.

Liberdade de religião é diferente de liberdade da religião, a primeira é se gozar do direito de professar qualquer fé, a segunda é a liberdade para se ver livre de qualquer religião, valores religiosos e até dos religiosos.

Resultado:

O eleitorado do PT da cidade se concentra no extremo sul e leste da cidade, onde a população evangélica beira os 30%. Perder o eleitorado evangélico seria horrível para o PT.


Mas aí descobriram que o Serra quando era governador de São Paulo também distribuiu a professores uma cartilha para orientar as crianças, além de outras coisas, o que viria a ser homossexualidade.

A casa caiu, daí foram lá no Malafaia pra ver se ele ia retirar o apoio que deu pro Serra. Então o Malafaia fez um segundo vídeo falando que a cartilha do Serra era melhor que o kit gay de Haddad e ponto final.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=5Kd0rRwLcKs]

O tom do discurso de Malafaia, muito efusivo, falando que ia "arrebentar" Haddad, chamando o PT de "partido corrupto", perdendo completamente a razão. Já Haddad falou que não ia comentar o submundo político e comparou alguns religiosos com as trevas.

A eleição municipal deveria discutir os problemas da cidade, não o mensalão ou o kit gay, gastar tempo discutindo esses temas só faz com que se discuta menos os problemas da cidade.

Seria excelente se a campanha para prefeito de São Paulo não fosse uma campanha para ver quem é mais santo, até porque de santo a cidade só carrega o nome.

Um comentário:

  1. […] mais de 10, mas faltou muita coisa (Kit gay, cotas,  etc). Vou parar por aqui. Não posso deixar esses post ficar maior que a bíblia, até […]

    ResponderExcluir