quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

EUVÍ: A guerra ao natal e o verdadeiro sentido do Natal


Os Estados Unidos todos os anos vira um palco de uma guerra muito estranha. Geralmente todo o final de ano grupos seculares se juntam para decretar uma verdadeira guerra ao Natal. Na visão desses grupos o Natal é uma festa religiosa e por isso ela não deve ser comemorada com o dinheiro público, uma vez que é inconstitucional a promoção de uma religião por parte do Estado. Os grupos seculares então a cada ano que passa tentam retirar judicialmente de parques e praças públicas os presépios, árvores natalinas e outras menções ao natal.

Eu não comemoro o Natal, mas não vejo problema algum no Natal ser comemorado pelos outros. O problema enfrentado nos Estados Unidos é que o governo usa recursos públicos para promover uma festa que promoveria a religião cristã. O Estado laico não deve usar recursos de todos para promover a religião de alguns. Mas será que o Natal realmente promove a religião cristã?

papai noel diabo

Se formos analisar o Natal poderemos ver claramente que os símbolos do Natal não passam de uma menção ao paganismo. O Natal dos nossos dias foi impregnado como vários vestígios da festa do deus-sol graças à religião católica na idade média. Logo, comemorar o Natal seria uma forma da nossa sociedade continuar vivendo no obscurantismo pagão através de uma capa de cristianismo. É até interessante entender que Jesus(caso ele de fato tenha existido) de acordo com o relato bíblico jamais poderia ter nascido em 25 de dezembro.

O dia 25 de dezembro foi escolhido porque coincidia com os festivais pagãos que celebravam a saturnália e o solstício de inverno, em adoração ao deus-sol, o sol invictus. O deus-sol é muito provavelmente, uma indicação de Ninrode, mencionado inclusive no Velho Testamento. Este festival de inverno era chamado a natividade do sol. A festa solar do natalis invicti (natividade do sol inconquistado) era celebrada em 25 de dezembro.



Solstício vem do latim solstitiu. Época em que o sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador. Os solstícios situam-se, respectivamente, nos dias 22 ou 23 de junho para a maior declinação boreal, e nos dias 22 ou 23 de dezembro para a maior declinação austral do sol. No hemisfério sul, a primeira data se denomina solstício de inverno e a segunda solstício de verão; e, como as estações são opostas nos dois hemisférios, essas denominações invertem-se no hemisfério norte.

Saturnália é referente a saturnal, do latim saturnale, indica o deus saturno ou as festas em sua honra. A prática de trocar presentes era, segundo nos informa Tertuliano, parte da saturnália. A árvore de natal também tem suas origens no paganismo. Segundo uma fábula babilônica, um pinheiro renasceu de um antigo tronco morto. O novo pinheiro simbolizava que Ninrode tinha vindo a viver novamente em Tamuz. Entre os druidas o carvalho era sagrado. Entre os egípcios era a palmera, e em Roma era o abeto, que era decorado com cerejas negras durante a saturnália. O deus escandinavo Odim era crido como um que dava presentes especiais na época de natal àqueles que se aproximassem de seu abeto sagrado

Mas existem aqueles que afirmam que o Natal não promove religião alguma. Estas pessoas costumam apontar que até mesmo países com religiões não-cristãs- como o Japão- comemoram o Natal. Logo, o Natal já teria ultrapassado as barreiras de uma festa religiosa para se tornar uma verdadeira festa cultural. Aliás, o Natal já teria a muito tempo perdido seus valores religiosos para se tornar uma festa de luzes e consumismo que em nada afrontaria as religiões alheias. Até mesmo a figura do menino Jesus já foi substituída pelo Papai Noel. Foi também criada toda uma mitologia própria da escandinavia para suplantar a mitologia cristã. Manjedouras e presépios dão cada vez mais lugar a renas e trenós.



Jesus como é visto como a estrela da manhã foi claramente entendido como o Deus-sol que deveria ser adorado. Muitos são os povos em diferentes partes do globo que festejavam o soltício, cada um a sua forma. Outro fato interessante é que durante a história da humanidade existiram centenas de mitologias que apontavam a chegada de um Deus que nasceria de uma virgem. Muitos alegam que o cristianismo ganhou muita capilaridade devido à semelhança da história de Cristo com os contos mitológicos contados na época.

O Natal hoje é vítima de dois tipos de ataques. Uns querem disvirtuá-lo de seus princípios cristãos e outros querem simplesmente apagá-lo do nosso cotidiano em favor da laicidade estatal. Mesmo eu não tendo simpatia pelo Natal, eu não acredito que ele promova uma religião específica e é inegável a sua importância no calendário e na cultura ocidental.

Um ponto positivo do Natal é o incentivo ao consumismo. Mesmo com a crítica de muitos ao consumistmo, este ainda aquece a economia e dá emprego a muitos pais de família para que eles possam colocar pão nas suas mesas. Outro ponto positivo do Natal é a criação do espírito natalino. Graças ao espírito natalino muitos se motivam a ajudar os seus próximos e a perdoar suas desavenças.



Um ponto negativo do Natal é que ele é a festa mais injusta do nosso calendário. Nenhuma festa evidencia mais a desigualdade do que o consumista Natal. No Natal todos os abastados ganham presentes e sentam numa mesa repleta de manjares enquanto os pobres não ganham nada e são reservados a uma mesa de miséria. O dia do nascimento de Cristo se tornou uma data de ostentação de fartura e desigualdade.

O Natal realmente tem uma raiz religiosa inegável, mas qualquer pessoa consegue conceber que a religião causa um grande impacto na cultura de qualquer povo e não existe necessidade de mudar a cultura somente por causa de alguns traços religiosos. Será que os seculares vão querer derrubar a imagem do Cristo Redentor? Será que a imagem do Cristo, além do valor religioso, não possui um valor cultural inestimável para o nosso país? E os nossos malditos feriados religiosos? Por que os seculares não se manifestam contra essa loucura?



No Brasil cerca de 90% das pessoas se dizem cristãs. Até acredito que seja errado tentar impor as crenças da maioria sobre a minoria, porém acredito que é ainda mais errado impor as crenças da minoria sobre a maioria. É notória a influência cristã na nossa sociedade e não é de um dia pro outro que ela vai desaparecer. Se não fossem pelos portugueses católicos é bem provável que o nosso país jamais seria o que ele é hoje. A religião cristã influencia até os dias de hoje a cultura brasileira. A única forma de retirar completamente a a religião de uma cultura é retirando todos os adeptos da religião.

As mudanças culturais devem ser gradativas para que não causem ruído dentro da sociedade. A cultura é um bem inestimável e devemos saber discernir a sua importância e o seu significado. Muitos podem pensar que a nossa sociedade cristã é muito opressora, mas pelo menos na maioria dos países de maioria cristã existe liberdade para que os outros pratiquem suas fés. Eu gostaria de ver os seculares exigirem o que eles exigem em alguns países do mundo islâmico ou na descrente Coreia do Norte.

Devemos saber aproveitar as coisas boas que existem mesmo nas coisas ruins. O Natal é uma excelente oportunidade para aumentarmos o amor para com as pessoas a nossa volta e assim criarmos um mundo um pouco mais humano. O problema do Natal não é a sua data no calendário. O problema do Natal é que ele só acontece uma vez só no ano. O Natal deveria ser um acontecimento diário que guia o coração daqueles que escolheram viver o amor como a filosofia de suas vidas.

Se o Papai Noel anda de trenó, Jesus andaria sobre as águas. Se o Papai Noel mora no pólo norte, Jesus moraria em todo o lugar. Um deles gosta de dar presentes para as pessoas, o outro teria se dado como presente para a humanidade. Tanto o Papai Noel quanto  Jesus podem não existir, mas pelo menos um deles transforma a vida das pessoas de verdade. Além do mais, para acreditar em um deles é preciso ter muita fé, para acreditar no outro é preciso apenas ser um completo idiota.

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