terça-feira, 25 de dezembro de 2012

EUVÍ: Natal, a festa de aniversário de Jesus


Eu escrevi recentemente sobre os conflitos que existem entre grupos religiosos e seculares na época de Natal. Nos Estados Unidos os símbolos do Natal parecem desaparecer da vista do público a cada ano devido a insistência de grupos seculares de tirar da vida social todo e qualquer simbologia religiosa que existe na cultura. Como os Estados Unidos foi fundado por "cristãos"(que são a maioria por lá) seria natural que a cultura americana tivesse traços dessa religião, assim como a cultura de alguns países têm evidentemente traços de suas crenças - ou da falta delas.

Não acredito que seja correto desrespeitar ateus. Nós não devemos desrespeitar os muçulmanos. Nós não devemos desrespeitar aqueles que acreditam em outros deuses - ou em nenhum deus. No entanto, não é porque hoje um país hoje possui uma imensa população de pertencentes de minorias religiosas que a sua herança cultural deve ser jogada no lixo de um dia pro outro só por causa da laicidade estatal.

[caption id="" align="aligncenter" width="480"] Ben Stein é um judeu que advoga a favor do Natal.[/caption]

O que é mais estranho é que alguns não-cristãos não entendem que vivem num país fundado por cristãos com maioria de cristãos nominais e ficam aborrecidos com as festividades como Natal e Páscoa. Eu não festejo nem o Natal nem a Páscoa, mas eu entendo porque essas festas existem na nossa sociedade e não fico criticando o fato de que haja promoção de festas "religiosas" por parte do Estado. Eu não vejo problema algum com o Natal ou com a Páscoa, pois são festividades que foram totalmente desvirtuadas de suas características religiosas. O Papai Noel e o Coelhinho da Páscoa claramente em nada fazem apologia a religião cristã. O Natal nada é mais do que uma festa familiar que une as famílias e estimula o capitalismo.

Se alguém quer tirar da cultura todas as influências religiosas, deveria começar pelo nosso calendário, pois o nosso calendário faz referência à suposta data do nascimento de Cristo. Se alguém não gosta de ver símbolos religiosos, deveria fazer um abaixo assinado para derrubar o Cristo Redentor- que por sinal traz turistas para o nosso país e deixa o Rio de Janeiro até mais charmoso. Já imaginou se o Cristo Redentor fosse derrubado em nome da laicidade estatal? Será que o Rio ia ficar mais bonito? Não se deve confundir a laicidade estatal com a intolerância a qualquer tipo de ato ou símbolo religioso.







De fato vivemos numa cultura que vê a religião como uma coisa realmente maléfica. Cresci num lugar em que religião era praticamente um palavrão. Já participei de conversas  que apenas uma frase que poderia fazer referência a uma ideia religiosa já era o suficiente para acabar com a conversa - e tirar a razão de quem a proferiu. Mesmo tendo crescido e visto que a "religião" tem até um lado bom, ainda confesso que na minha mente ela sempre será encarada de forma negativa.

No final das contas, o que é visto nesses conflitos entre religiosos e seculares é um embate em que falta respeito e sobra intolerância. Os cristãos dominaram o mundo ocidental por mais de 1.500 anos. Primeiro eles foram perseguidos, depois eles perseguiram os outros. Conforme o poder político dos cristãos diminui, mais tolerantes eles ficam. Conforme o poder político dos seculares aumenta, menos tolerantes eles ficarão com os religiosos. A intolerância é da natureza humana e não privilégio de uma religião.

[caption id="" align="aligncenter" width="150"] Obama mudou o nome da árvore de Natal(Christmas Tree) da Casa Branca para árvore de feriado(Holyday Tree) em mais uma tentativa de diminuir a influência cultural da "religião" no seu país.[/caption]

Mas nem todas pessoas aparentam estar interessadas em transformar o Natal num palco para uma guerra cultural ou religiosa. Me chamou muita atenção o texto do ator, escritor e economista Ben Stein sobre o Natal. Transcrevo o texto de Stein abaixo:
Eu sou judeu, e cada um dos meus antepassados são judeus. Não me incomoda nem um pouco quando as pessoas armam as belas árvores iluminadas, árvores de Natal cheias de jóias. Eu não me sinto ameaçado. Eu não me sinto discriminado. Isso é o que eles são, árvores de Natal. Não me incomoda nem um pouco quando as pessoas dizem, "Feliz Natal" para mim. Eu não acho que eles estão me desprezando ou se preparando para me colocar em um gueto.

 Na verdade, eu meio que gosto disso. Isso mostra que somos todos irmãos e irmãs celebrando este momento feliz do ano em união. Não me incomoda em nada que há um presépio em exposição na esquina perto da minha casa de praia em Malibu. 

Acho que as pessoas que acreditam em Deus estão doentes e cansadas de ser pressionadas diariamente. Eu não tenho nenhuma ideia de onde esse conceito veio - que a América é um país explicitamente ateu. Eu não posso encontrá-lo na Constituição e eu não gosto de ser empurrado goela abaixo. Ou talvez eu possa colocá-lo de outra forma: onde surgiu a idéia de que devemos adorar celebridades e nós não estamos autorizados a adorar a Deus? Eu acho que é um sinal de que estou ficando velho também. Mas há muitos de nós que estão se perguntando de onde essas celebridades vieram e para onde o América foi .

A filha de Billy Graham estava sendo entrevistada no Early Show e Jane Clayson perguntou a ela: "Como é que Deus poderia deixar algo assim acontecer?" (Sobre o furacão Katrina) Anne Graham deu uma resposta extremamente profunda e sábia. Ela disse: "Eu creio que Deus ficou profundamente triste com isso, assim como nós, mas por anos nós temos dito para Deus para sair de nossas escolas, para sair do nosso governo e sair de nossas vidas. Sendo um cavalheiro como Deus é, eu creio que Ele calmamente nos deixou. Como poderemos esperar que Deus nos dê a Sua bênção e Sua proteção se nós exigimos que Ele nos deixe em paz? 

"À luz dos recentes acontecimentos - ataques terroristas, tiroteio nas escolas, etc. Eu acho que começou desde que Madeline Murray O'Hare (ativista ateia que foi assassinada por seu empregado por causa de dinheiro) queixou-se por não querer mais oração nas escolas , e dissemos: "OK." Depois alguém disse que é melhor não ler a Bíblia na escola. A Bíblia diz: Não matarás; não roubarás, e amarás o próximo como a si mesmo. E nós dissemos: "OK."Em seguida, o Dr. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto-estima (o filho do Dr. Spock cometeu suicídio). 

Nós achamos que um especialista deve saber do que está falando. E nós dissemos: "OK."Agora nós estamos nos perguntando por que nossos filhos não têm consciência, porque eles não distinguem o certo do errado e por que não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas. Provavelmente, se nós pensarmos, poderemos descobrir as respostas. Eu acho que tem muito a ver com o "colhemos o que semeamos."Engraçado como é simples para as pessoas culparem Deus por tudo e depois não entender porque o mundo está indo para o inferno. 

Engraçado como cremos em tudo que os jornais dizem, mas duvidamos do que a Bíblia diz. Engraçado como você pode enviar "brincadeiras" por e-mail e elas se espalham como fogo, mas quando você começa a enviar mensagens sobre Deus, as pessoas pensam duas vezes antes de compartilhar. Engraçado como artigos indecentes, vulgares e obscenos passam livremente através do ciberespaço, mas a discussão pública de Deus é suprimida rapidamente nas escolas e no trabalho.Você está rindo ainda?

Honesta e Respeitosamente, Ben Stein






Voltei!

O polêmico e exagerado texto acima explicita bastante o conflito cultural que existe entre religiosos e seculares nos Estados Unidos. A evidente secularização do país cria uma série de contradições e avanços. Em 1962, a oração foi proibida nas escolas. Até então um aluno era obrigado a orar antes de começar as atividades escolares. Muitos achavam que a oração era benéfica para o ambiente escolar. De fato a oração nas escolas poderia até trazer alguns benefícios, mas trazia também mazelas inconstitucionais por contranger pessoas descrentes ou não-cristãs no momento da oração. A medida foi totalmente coerente.

[caption id="" align="aligncenter" width="500"] Uma foto de um cara barbudo e uma criança num jardim.[/caption]

Em 1963, ficou proibida a leitura de bíblias nas escolas devido ao esforço da instituição American Atheists, presidida por Madeline Murray O'Hare(que foi assassinada por seu empregado da American Atheist) e posteriormente por seu filho John. Até então era um ato oficial nas escolas a leitura da bíblia. Muitos poderiam achar que ler a bíblia nas escolas poderia ensinar valores positivos para as crianças. De fato ler a bíblia na escola poderia até trazer alguns benefícios, mas trazia também mazelas inconstitucionais por contranger pessoas descrentes ou não-cristãs no momento da leitura da bíblia. A medida foi totalmente coerente.

Dr. Benjamin Spock foi um pediatra renomado da década de 40 que em seus livros apontava que o uso da violência para a educação das crianças era inadequado. Ele estudou psicanálise para tentar entender as necessidades das crianças e os relacionamentos familiares. Os resultados dos estudos de Spock foram que os pais se tornaram mais afetuosos e permissivos com seus filhos. Muitos educadores e psicopedagogos responsabilizaram Benjamin Spock pelos resultados negativos desta permissividade. Ele chegou a ser chamado de "pai da permissividade", sugerindo-se que seus conceitos afetaram diretamente a atitude dos jovens na década de 1960. Existe um boato que um de seus filhos se suicidou, mas isso é mentira. A realidade é que hoje os filhos respeitam muito menos seus pais e a permissividade é considerada a culpada.

[caption id="" align="aligncenter" width="450"] O Natal ainda é acima de tudo a festa da família, da fraternidade e do capitalismo.[/caption]

O que o texto de Stein tenta explicar é que deus está sendo retirado da vida das pessoas, por isso a sociedade está vendo uma série de mazelas como resposta a ausência da figura divina na vida das pessoas. Stein também alega que existe uma verdadeira idolatria a celebridades e que elas teriam "tomado" o lugar que era de deus na mente das pessoas. Ele tenta fazer uma correlação perigosa com a retirada da bíblia e a oração das escolas e com o surgimento dos tiroteios nas escolas.

A realidade é que quando havia orações nas escolas não havia tiroteios. Depois que as orações foram retiradas das escolas os tiroteios surgiram. No entanto, é um absurdo dizer que a retirada das orações foi causa para os tiroteios nas escolas. Não existe uma associação honesta de causa e efeito entre esses dois acontecimentos.

Outro desatino de Stein é insinuar que o furacão Katrina seria causado pela diminuição da influência de deus na sociedade. Desastres naturais sempre ocorreram e eles afetam da mesma forma nações seculares e religiosas. Encarar desastres naturais como "castigos de deus" chega a ser deprimente nos dias de hoje. O único motivo pelo qual o furacão Katrina ficou conhecido foi porque ele atingiu um lugar povoado. Furacões muito piores já atingiram lugares inabitados e ninguém achou que era castigo. É óbvio, se deus existe, tudo é possível.

[caption id="" align="aligncenter" width="909"] Parabéns![/caption]

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