domingo, 25 de novembro de 2012

EUVÍ: O cego e o cadeirante - A esquerda e a direita no Brasil

Faz uns dois dias atrás que eu vi uma cena que chamou minha atenção. Eu vi um cego empurrando uma cadeira de rodas e o cadeirante que enxergava, mas não andava guiava o caminho dos dois. Reparei rapidamente que existia uma relação de dependência entre o cego e o cadeirante, nenhum dos dois poderia se locomover sem a ajuda do outro, mas o cadeirante poderia empurrar sua própria cadeira de rodas com muita dificuldade e o cego poderia usar uma bengala e se locomover também com bastante dificuldade. Graças a deus o cadeirante tinha o cego e o cego, o cadeirante. Separados o caminho tinha mais obstáculos, juntos, menos.



Toda a sociedade funciona de forma mais ou menos parecida como a do exemplo do cego e do cadeirante, existem forças que se contrapõe, mas que juntas colaboram para que a sociedade caminhe em determinada direção. A direita no Brasil é como o cadeirante, ela geralmente tem um conservadorismo que dá a visão para uma realidade econômica e social mais plausível. Infelizmente a direita no Brasil não tem condição de caminhar com as próprias pernas, pois depois de anos de ditadura e de neoliberalismo o cidadão comum perdeu a fé de que um Estado pequeno pode ajudá-lo a ter uma vida melhor.

Em contrapartida, a esquerda no Brasil é o cego, ela acha que sabe pra onde vai, mas na realidade seus passos sempre terminam num precipício. A esquerda no Brasil conseguiu conquistar o cidadão comum através do assistencialismo e de um Estado pesado e grande que é sustentado por taxas criminosas de impostos e que acaba prejudicando a economia. Ao contrário do cadeirante, o cego não tem a capacidade de perceber o que está fazendo, mas tem a capacidade de fazer numa velocidade maior que o cadeirante.

O problema do Brasil é que o cadeirante inexiste, nenhum partido(com exceção do minúsculo DEM) defende abertamente a bandeira da direita. E além do mais, no Brasil o cadeirante também é mudo e não faz o seu serviço de guiar o país. Uma hora os gastos do governo vão sair do controle e o Estado não vai ter condição de manter todo o seu assistencialismo, sua corrupção e seu exército de funcionários públicos, nessa hora eles vão perceber um Estado menor é necessário.

Eu não consigo gastar mais do que eu ganho por mês. Se eu tenho uma obrigação e não consigo pagar por ela, eu faço tudo que posso para retirar essa obrigação da minha vida. A esquerda pensa diferente, eles criam todas as obrigações para o Estado se tornar um Estado babá que interfere em todas as áreas da vida das pessoas, não importa como isso será pago. A direita geralmente carrega o fardo de ser quem faz a ingrata austeridade e tenta diminuir os gastos do governo para diminuir os impostos para os mais ricos, que em contrapartida são aqueles que investem na economia e criam empregos.



No Brasil a direita religiosa não existe. Incrivelmente, a igreja católica e as religiões evangélicas do Brasil não se identificam com o movimento conservador por um simples motivo, geralmente seus fiéis de baixa renda são dependentes dos programas de baixa renda do governo e  acabam votando em candidatos que são a favor do aborto e do casamento gay para não perder seus tão bemquistos benefícios.

Se a maioria dos artistas e da imprensa tem um viés claramente liberal, não existe nenhuma outra corrente que defenda os valores familiares numa sociedade com cada vez menos influência dos militares e da igreja. A esquerda sempre tem tudo do lado dela, a imprensa, os artistas, os intelectuais, o proletariado, os pobres incautos, etc; a direita só tem uma coisa, a razão, e quando a direita perde a razão não resta muita coisa para ela  além de bradar um moralismo hipócrita.



O Brasil é um país que preteriu o cadeirante em razão do cego, pois somos um país de cegos que cansou de carregar um cadeira de rodas de uma gorda elite para termos a sensação de liberdade e leveza de caminharmos sem fardo algum. Infelizmente, podemos ver claramente na Europa a consequências do Estado de bem-estar social esquerdista(Estado babá) e podemos presumir que se não mudarmos de direção antes de cairmos no abismo da dívida e da recessão, vamos terminar tão mal que vamos acabar precisando de uma babá, mas de uma babá de verdade.

 

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