1- Dick Morris
Dick Morris foi a mente por trás das campanhas de Bill Clinton. Morris teve o tato de perceber que depois de 12 anos de conservadores no poder, apenas um democrata moderado poderia unir o país e guiar a economia para o caminho correto. Dick Morris guiou toda a trajetória de Bill Clinton desde que era governador de Arkansas, onde Bill já tinha seus envolvimentos extraconjugais e já traçava um caminho centrista.
Morris passou um tempo sem trabalhar com Bill Clinton, mas depois que o democrata chegou a presidência se lembrou do velho amigo e o chamou para ser seu acessor na Casa Branca. Nesse momento, Morris era a principal voz que era ouvida antes que Clinton fizesse qualquer decisão.
Em 1994, os Estados Unidos viveu a revolução republicana. Os conservadores criaram o famoso Contrato com a América, que era um contrato em que os republicanos se comprometiam a fazer determinadas medidas caso fossem eleitos para o legislativo na eleição de 1994. Bill Clinton, que estava com a popularidade alta depois do Acordo de Oslo, perguntou para Morris em quais estados ele deveria fazer campanha com os candidatos demotratas. Morris o aconselhou a não fazer campanha para manter sua popularidade elevada. Segundo Morris, um presidente não deve se comportar como candidato e sim como um presidente acima da política.
Bill Clinton resolveu desobedecer os conselhos de Morris e assim como seu acessor o tinha dito, sua popularidade caiu e seu partido viu acontecer a maior derrota que um partido poderia ter em anos de história. A eleição de 1994 ficou marcada como revolução republicana, pois os conservadores tomaram o controle das duas casas do legislativo, o que não acontecia a décadas. O presidente democrata não teve escolha e resolveu ouvir os conselhos de Morris e implementar uma estratégia conhecida como triangulação. A triangulação consistia na tomada das políticas características de seus opositores. Seria um apelo aos grupos que fazem parte da coalisão do partido adversário, desta forma Bill se tornaria um conservador melhor que qualquer conservador.
Graças aos conselhos de Morris, Bill Clinton não só se reelegeu como fez um governo bem sucedido que agradou a quase todos. Mas em 1996 , perto da reeleição de Clinton, foi descoberto que Morris teria contratado os serviços de uma prostituta e isso o obrigou a renunciar ao cargo de acessor para não prejudicar a reeleição de seu amigo democrata. Morris, que tinha um ego enorme, na sua carta de renúncia não exitou em tomar todo o crédito pela reeleição de Bill depois do massacre que os democratas sofreram em 1994.
Morris viveu o suficiente para ver o próprio Bill Clinton envolvido num escândalo sexual. Segundo o analista, Clinton deveria ter contado toda a verdade desde o início, mas não foi isso que ele fez. Bill Clinton mentiu ao povo americano sobre o seu caso com a estagiária Monica Lewinski e as mentiras fizeram com que ele quase fosse impetimado por perjúrio. Morris advoca que falar a verdade é o correto pois a imprensa ao conseguir uma informação sobre um escândalo, a divide em várias partes para ir publicando durantes os dias que o sucedem.
Passados os anos 90, Morris se tornou um analista conservador e começou a ser um dos maiores críticos da família Clinton. Infelizmente, o Morris conservador não tem um pingo de talento do Morris liberal. Ele agora é conhecido por falar besteiras e fazer previsões que nunca se confirmam. Em 2012, Dick jurou de pés juntos que Obama perderia de lavada e essa previsão errada parece ser a tampa do caixão da credibilidade de um homem que já foi um arquiteto tão genial.
Morris parece ser o retrato vivo de um homem que traiu suas próprias ideias e não soube se reinventar. No final das contas, não foi a prostituta que acabou com a carreira de Morris, mas foi o próprio Morris que acabou com sua carreira no momento em que prostituiu as suas ideias.
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