segunda-feira, 5 de novembro de 2012
EUVÍ: Por que Romney perdeu? Por que Obama venceu? Uma viagem no tempo para o dia seguinte ao da eleição presidencial dos Estados Unidos
Bem, hoje é sete de outubro e Romney acaba de perder, pra falar a verdade estou escrevendo esse texto dia 5 porque já estou preparado para esse resultado.
Mas porque afinal Obama venceu?
Para os conservadores só existe uma coisa pior do que explicar a vitória de Obama e essa coisa é perder pro Obama.
Obama era um presidente vulnerável e com vários problemas na economia que fizeram ele perder as eleições legislativas de 2010.
A vitória de Obama tem um gosto amargo para os republicanos e acaba encuralando o partido em direção a um inevitável abismo em ele terá ou de se dividir ou de mudar sua agenda.
O primeiro debate foi ruim para Obama, mas nos outros ele pôde mostrar que ainda era o mesmo candidato da esperança e da mudança. Entretanto o debate vai entrar para a história pelo o pior desempenho de um presidente almejando a reeleição na história dos debates eleitorais televisionados.
Obama venceu sobretudo porque soube promover uma campanha rasteira contra seu adversário ao invés de discutir novas ideias para os proximos 4 anos. Nunca um candidato com uma campanha tão positiva se tornou tão negativo.
Mitt Romney perdeu porque era o candidato errado na hora errada, o milionário mórmon não tinha nenhuma chance de se conectar com os eleitores comuns e foi um contraponto ao carisma sedutor de Obama.
A escolha do vice foi uma péssima decisão, pois Paul Ryan só acrescentou rejeição a Romney e deu razão aos democratas que achavam que Romney era um radical.
A derrota do mórmon para o negro mostra que os Estados Unidos ainda sofrem com preconceitos de matriz liberal e conservadora.
Cabe agora aos republicanos catar os cacos e imaginar que se Romney tivesse escolhido um vice latino, teria mais votos latinos; se Romney tivesse escolhido uma mulher, teria mais votos femininos; se Romney tivesse escolhido um evangélico, teria tido mais votos evangélicos.
O furacão Sandy foi a prova cabal de que não somente Obama tem a capacidade de unir a nação e lidar com um desastre, mas prova que até a força da natureza conspiraa a favor do primeiro presidente negro dos Estados Unidos a conseguir se reeleger.
O furacão conteve Romney e jogou os indecisos para o lado dos democratas, a derrota de Romney em Ohio só vem a confirmar isso. Obama encurralou Romney no colégio eleitoral, obrigando o republicano a se aventurar em estados nos quais não possuía chance de vencer.
Obama vence com uma margem menor, mas seu apoio da coalisão de negros, judeus, jovens, latinos e mulheres o concedeu uma grande vantagem.
Dessa vez, Obama não começou na frente no votos antecipados, mas graças a uma boa organização de campanha, pôde manter o comparecimente às urnas por parte dos democratas elevado o bastante para poder vencer.
Obama também gozou da vantagem financeira, pois pode gastar muito dinheiro nos estados enquanto Romney estava brigando por sua nomeação republicana.
A imprensa fez o seu papel e ajudou no que pôde Obama, não o criticando como devia e dando várias pautas intermináveis de criticismo ao candidato conservador.
Romney também perdeu por não se mostrar conservador o suficiente para a base do partido, pois focou toda a campanha nos independentes, que não nutriam nenhuma simpatia pelo republicano.
A vitória de Obama também se explica pela recuperação econômica razoável e pelo manejo dos interesses americanos na política externa.
Na convenção democrata, Obama ganhou pontos por mostrar que ainda era o mesmo candidato de 2008 e que ainda valia a pena sonhar o sonho que foi realizado na eleição anterior. Obama convenceu, não pela razão, mas pela emoção aqueles que haviam o escolhido de que ele ainda era o presidente que simbolizada o sonho americano.
O Bill Clinton foi fundamental para que os democratas moderados e os independentes pudessem acreditar que um segundo mandato de Obama seria parecido com o de Clinton, e que as medidas implementadas por Obama trariam efeitos semelhantes aos trazidos nos anos 90.
Por último, cabe analisar que Obama perdeu entre os brancos por mais de 10% e que seria impossìvel ele ter vencido sem que a própria composição étnica e religiosa dos estados não tivesse mudado.
Obama é uma candidato mudado que se diferenciou dos demais para personalizar a mudança de um país em transformação. Ele é a mudança que muitos sempre esperaram esperar e agora se tornou a realidade que muitos querem manter.
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