Se algum dia alguém se perguntar como um imbecil como George Bush conseguiu ser eleito a presidência do país mais rico do mundo e ter se tornado o homem mais poderoso do mundo, só existe uma resposta: KARL ROVE.
Rove foi o estrategista político de George Bush, o responsável por dar ao republicana a vitória mais controversa da história das eleições americanas.
Bush, que era um ex-alcólatra, foi acessorado por Karl Rove logo quando quis se tornar governador do Texas, o experiente analista político soube usar o sobrenome do republicano como uma forte arma no estado dos cowboys. Rove sempre teve uma capacidade íncrivel de conseguir convencer de milionários até caipiras a doar dinheiro para as campanhas republicanas. Essa qualidade fez com que ele vencesse muitas campanhas no Texas e com George Bush não foi diferente.
A história de Karl Rove começa em Nevada, quando ainda criança vê seu pai abandonar sua família. Sua mãe é obrigada a sustentá-lo sendo vendedora e depois se casa com um segundo marido, chamado Louis Claude Rove. O segundo marido da mãe de Rove resolve o adotar e assim o emprestar seu sobrenome.
A juventude do pequeno Karl foi difícil, ele teve de aprender a ser frio para enfrentar os problemas que a vida o apresentava. Ainda jovem, sua família se mudou para o estado mórmon de Utah onde ele pode concluir seus estudos. O franzino e nerd Karl Rove não teve outra escolha na época do colégio a não ser de se impor pelo seu intelecto. Rove se tornou um forte debatedor, foi eleito líder estudantil no seu colégio e posteriormente foi escolhido o líder da juventude republicana de Utah.
Em 1973, o Bush pai apresentou Rove para seu filho e o teria pedido para que ele desse um futuro político. O jovem Rove se casou várias vezes e começou a trabalhar em várias campanhas, sempre priorizando os números e a demografia dos lugares onde trabalhava. Pouco a pouco, o talento de Rove o aproximou da elite republicana e dessa forma pôde trabalhar para as campanhas da família Bush em 1978 e 1980.
Nas campanhas de Bush ao governo do Texas de 1994 e 1998, Rove tentou explorar o máximo o crescente eleitorado latino do Texas e assim não encontrou dificuldades para eleger Bush.
O verdadeiro desafio que colocou Karl Rove na história foi a eleição presidencial de 2000. Rove, que sempre usou todas as artimanhas possíveis para ajudar seus candidatos, teve de guiar George Bush numa difícil primária contra o polêmico herói de guerra John McCain. Rove conseguiu arrecadar tanto dinheiro que John McCain não teve como lutar contra a força do establishment republicano.
Terminada as primárias, Rove tinha uma missão quase impossível, eleger um republicano depois de 8 anos do super popular democrata Bill Clinton na Casa Branca. Os democratas escolheram o vice de Bill Clinton, o sulista Al Gore, que em muitas pesquisas aparecia muito a frente de George Bush.
Encurralado pela realidade, Rove soube explorar o escândalo sexual envolvendo o presidente democrata Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinski para mandar a mensagem de que um republicano na Casa Branca traria de volta a moral e os valores americanos ao cargo da presidência. Seguinda as ordens de seu estrategista, Bush em nenhum momento criticou Bill Clinton e se comportou toda a eleição como um verdadeiro patriota que iria focar sua presidência nas políticas domésticas.
Rove sabia que 2000 era uma eleição que favorecia os democratas e que era praticamente impossível vencer o voto popular devido à popularidade de Clinton, foi nesse momento que Rove teve sua ideia mais genial, ele iria focara a eleição em grupos que poderiam fazer Bush vencer nos Estados que realmente importavam. Bush se utilizou da tática que Clinton usou sob os conselhos de Dick Morris, a triangulação. Bush abraçou em sua plataforma a reforma da educação, uma proposta que era dos democratas. Rove também explorou o máximo o comparecimento do eleitorado evangélico e tentou arrebanhar o máximo do eleitorado católico e latino.
O mapa eleitoral de 2000 parecia muito difícil para os republicanos, Bush teria que vencer quase todos os estados que estavam em disputa para ser eleito e foi isso que ele fez, com exceção de Iowa e Novo México. Mas o estado da Flórida teve um resultado controverso e muito apertado que durou dias tendo apontado Bush o vencedor por apenas 500 votos. Os democratas então pediram a recontagem pois tinham certeza que se ela fosse feita, Al Gore venceria na Flórida e venceria a eleição. Durante os meses de recontagem os republicanos travaram uma batalha judicial para impedir a derrota de Bush. A questão virou uma crise constitucional sem precedentes e o supremo de maioria conservadora determinou que a recontagem deveria parar e Bush era o eleito.
Bush conseguiu vencer uma eleição mesmo tendo perdido, isso porque Al Gore teve mais de 500.000 votos no colégio eleitoral, mas ele conseguiu ter somado 271 delegados no colégio eleitoral contra 266 de Al Gore. O arquiteto, como passou a ser chamado Karl Rove, ganhou todo o crédito pela vitória republicana em condições adversas.
Ao chegar no poder, Rove teve seu ego inchado e aumentou suas ambições, seu plano era conquistar uma maioria permanente na qual o partido republicano poderia vencer qualquer eleição e implementar todas as medidas que desejasse. Rove tentou espelhar os resultados que os presidentes Roosevelt e McKinley conseguiram. Porém Rove não teve uma boa leitura da paisagem eleitoral da sua época.
Um episódio explica bastante o que Rove se tornou depois que chegou ao poder, tendo recebido o cargo de Chefe da Casa Civil. Havia um deputado republicano muito religioso do Texas que sempre pedia para Bill Clinton autografar algum item que ele iria leiloar para dar os fundos para um orfanato. Quando esse deputado encontrou com Bush ele pediu para que ele continuasse a tradição, Bush perguntou para Rove se ele devia autografar, Rove o ordenou que não e assim ele fez. O deputado republicano se sentiu decepcionado.
Quando aconteceu o 11 de setembro, o maior ataque terrorista em território americano a popularidade de Bush se elevou para 90% e todo o congresso republicano e democrata seguiu cegamente o que ele queria. Na eleição de 2002, os republicanos tiveram uma grande vitória sob os democratas por causa do impacto do 11 de setembro. Nunca antes na história o mundo precisou de um lider para guiar o mundo para uma guerra tão importante quanto era a guerra contra o terror, é uma pena que Bush não era esse homem, pois Bush tinha entrado no poder para cuidar das questões domésticas e não era preparado para uma realidade tão dura.
A eleição de 2002 deu uma falsa ilusão de que Rove estava conseguindo executar seu plano de pintar o país de vermelho. O plano de Rove se consistia em votar 4 leis que fariam com que o partido se fortalecesse e criasse o realinhamento das forças políticas do país:
1- Reforma da imigração (não conseguiram)
2- Reforma da Educação(No Children Left Behind) (feita nas coxas)
3- Reforma da Seguridade Social (não conseguiram)
4-Programas que dessem atribuições sociais para as religiões (feito nas coxas)
O problema é que os republicanos achavam que com a guerra contra o terror ganhariam um cheque em branco para fazer o que quisessem com o país, mas essa ideia parece ter morrido nas areias do Iraque, pois a impopular e desastrosa guerra tirou todo o capital político que eles tinham.
Na eleição de 2004, Rove fez com que o tema da eleição fosse a guerra e não a economia, fazendo isso ele convenceu muitos eleitores independentes que poderiam ter votado em John Kerry. Quando chegou o dia da eleição, todas as pesquisas apontavam uma vitória de Kerry, mas os republicanos já estavam tranquilos e venceram dessa vez no colégio eleitoral e no voto popular por 3 milhões de votos.
Após a eleição, a imprensa não perdoou as mentiras que foram contadas para motivar a guerra do Iraque e começou a criticar o presidente de forma rigorosa. Rove percebeu que tinha pouco tempo para implementar a sua agenda e foi tentando fazer com que essas votações fossem votadas na marra. A reforma da imigração era a mais importante das medidas que Bush queria implementar, mas pela sua falta de moral, não conseguiu convencer nem os democratas, nem os republicanos.
A eleição de 2006 foi o marco da derrota das políticas de Bush, os americanos cansados das guerras fizeram com que os republicanos perdessem a maioria nas duas casas do legislativo, se já estava difícil governar antes, depois de 2006 se tornou impossível. Bush de 2006 a 2008 se tornou um refém dos democratas e da agenda liberal. Os líderes democratas no congresso preferiram não fazer nenhuma reforma de olho nas eleições de 2008.
Em 2007, Rove desistiu e renunciou do seu cargo de Chefe da Casa Civil. Por mais que nas campanhas ele pudesse ser um gênio, no governo ele foi medíocre e viu todo o capital político de Bush ser usado para diminuir os impostos e financiar uma guerra desnecessária. Como se não bastasse, a cobertura do furacão Katrina manchou ainda mais a imagem de Bush e pra fechar o governo com chave de ouro eclodiu a crise financeira de 2008 por causa do mercado imobiliário. Bush parecia ser um homem idiota que não tinha cérebro, seu cérebro andava na cabeça de outro homem e quando seu cérebro foi embora não sobrou muita coisa para fazer.
O saldo dos 8 anos de Bush foi péssimo, acrescentou 4 trilhões para a dívida e se Rove queria um maioria permanente republicana, parece que somente vai conseguiu causar uma maioria democrata que vai durar no mínimo 8 anos.Um dos maiores prejudicados pelos erros de Bush foi a direita americana e mundial que ficou estigmatizada pelos desmandos atrapalhados do presidente texano.
Hoje em dia, Rove trabalha como comentarista político na Fox News e continua a trabalhar como arrecadador de fundos para os republicanos pro Super Pac American Crossroads. Rove ainda é odiado por democratas e amado por republicanos, mas todos são unânimes em reconhecer seu talento e seu momento na história.
Karl Rove é a prova viva de que um arquiteto pode construir uma casa em condições adversas, mas uma casa construída em terreno impróprio geralmente é facilmente destruída.
Nenhum comentário:
Postar um comentário