quarta-feira, 28 de novembro de 2012

EUVÍ: Silas Malafaia e Jean Wyllys se enfrentam ao vivo em Audiência Pública por causa da decisão do Conselho Federal de Psicologia de proibir psicólogos de promover terapias de cura para a homossexualidade


Não é de hoje que a homossexualidade ocupa a pauta de muitos jornais e gera bastante polêmica. Nossa sociedade heteronormativa mantém uma forte concepção negativa  quanto aos homossexuais e essa noção fez com que surgisse um forte ponto de divergência quando o assunto são os direitos da comunidade homossexual. Atualmente 3 assuntos foram palco de atenção por se tratar dos direitos homossexuais, primeiro foi a PL 122, depois foi o Kit Gay e agora a questão do Conselho Federal de Psicologia de proibir psicólogos de tratarem pessoas que queiram deixar de ser homossexuais.

Todos esses três assuntos causaram um enorme ruído social e óbvio, Silas Malafaia, um pastor pentecostal que tem um programa na tv, fez questão de fazer seu discurso defendendo o que na visão dele seria a família e alertando as pessoas contra o avanço dos radicais homossexuais. Segundo Malafaia, não todos, mas algumas pessoas da comunidade gay são ativistas extremistas e têm um enorme interesse de fazer com que os homossexuais tenham direitos superiores aos demais.







Em contrapartida, Jean Wyllys, único deputado declaradamente gay do congresso, é um forte ativista dentro do congresso nacional da agenda homossexual. De vez em quando surge uma rusga entre o pastor e deputado. Segundo Jean Wyllys, Malafaia é um proselitista religioso e atende aos interesses de sua religião, disseminando um discurso de extremismo religioso que causaria a homofobia. Malafaia se defende dizendo que ama o homossexual, mas odeia a homossexualidade e por isso não seria homofóbico.

[caption id="" align="aligncenter" width="580"] Malafaia no congresso[/caption]

Silas Malafaia, que é psicólogo, compareceu no dia 27 de novembro de 2012 numa audiência no congresso nacional para tentar argumentar a favor da sustação da decisão do Conselho Federal de Psicologiade proibir psicólogos de tentarem tratar pessoas que queiram deixar de ser homossexuais. Nessa audiência, havia um grupo de ativistas gays que ficaram fazendo aplausos e vaias algumas vezes de forma desrespeitosa. Dentre um dos muitos deputados que compareceram a essa audiência esta Jean Wyllys, que fez questão de contrapor o discurso de Malafaia.

Coloco abaixo os melhores momentos da audiência:







Primeiro Malafaia começou explicando que estava na audiência como psicólogo e não como pastor, o que até é válido. Mas como de costume, Malafaia usou de sua retórica enérgica para fazer o teatro que ele está acostumado a fazer claramente se expressando com voz alta. Quando foi alertado por um deputado para falar mais baixo, Malafaia se recusou e falou que não ia abaixar o seu tom de voz. Muito deselegante por parte de Malafaia se comportar dessa forma intransigente no Congresso Nacional.

Depois foi a vez de Wyllys, ele diz ter se surpreendido em ter visto a audiêcia ter ficado tão cheia para discutir a decisão do Conselho Federal de Psicologia e não ver audiências cheias quando é para tratar de trabalho escravo e outros assuntos. Segundo Wyllys, a própria lotação daquela audiência já demonstrava um cristianismo bem seletivo, que seria solidário em algumas questões e para outras não.

É bom levar em consideração que foi Wyllys que colocou a palavra religião primeiro se referindo que a presença dos deputados seria motivada por um cristianismo bem seletivo. Ele já começar denotando o cristianismo de seus adversários como bem seletivo, demonstrando que não estava interessado num consenso e num debate muito amigável.

[caption id="" align="aligncenter" width="627"] A repercussão na internet da declaração de Jean Wyllys, de que todo igreja que prega a cura dos gays deveria ser punida. Isso que é liberdade religiosa pra ele.[/caption]

 

Depois Wyllys diz que procurou na plataforma Lattes o currículo de Silas Malafaia e não encontrou nada. Dessa forma ele contestou a presença do religioso na audiência, uma vez que ele não teria produção científica. Os critérios que trouxeram Malafaia àquela audiência não foram critérios científicos, mas sim devido à influência social do religioso.

Durante a audiência Malafaia até foi elegante e se comportou como psicólogo e não como pastor que fica espirrando versículos nos outros. Infelizmente, Malafaia não escapou de falar algumas besteiras, como falar que muitas pessoas são homossexuais apenas pelo fato de terem sido violentadas na infância, por mais que haja uma forte correlação entre o estupro na infância e a homossexualidade, ficar alimentando esse preconceito apenas excita o acirramento das divergências.







Wyllys ainda argumentou que o PDC(Projeto de Decreto Legislativo) foi proposto por um pastor e por um delegado e que por isso o PDC seria inconstitucional, por violar a laicidade do Estado, uma vez que o pastor e o delegado estariam à serviço apenas de suas religiões. É bom deixar claro que o pastor pode propor o que quiser e se candidatar ao que quiser pois estamos num Estado laico.

Ter determinada religião ou não ter religião não tira direitos políticos de ninguém. Um religioso possui os mesmos direitos de quem não é religioso. Não é por causa que alguém possui determinada religião que todos os seus atos serão eivados com vício religioso. Se fosse assim um hindu ou um judeu não poderiam propor leis para a câmara, pois seus atos estariam obrigatoriamente submetidos às suas religiões.



A decisão do Conselho Federal de Psicologia foi motivada devido ao entendimento de vários grupos de psicólogos que a homossexualidade não pode ser mudada e que tentar ajudar uma pessoa a deixar de ser homossexual trairia a ética que a função de psicólogo exige, uma vez que a homossexulidade não é doença e não pode ser curada. O mais interessante é que uma pessoa pode procurar um psicólogo se quiser trocar de sexo, porém não pode ter a ajuda de um psicólogo se quiser deixar de ser homossexual.

Tanto Malafaia quanto Wyllys estavam mais preocupados em demonizar o outro lado do que querendo debater de forma adulta. O pior é que a cada dia que passa mais pessoas de ambos os lados desse espectro começam a ser influenciados por essas retóricas combativas que não chegam a lugar nenhum e só fazem crescer a divisão que existe entre os setores da sociedade mais liberais e conservadores. Eu não sei porque, mas quando olho para Malafaia e Wyllys não consigo simpatizar com o discurso de nenhum dos dois. Como eu já ouvia desde criança, dois errados não fazem um certo.

Só a título de curiosidade, em nenhum país do mundo existe a proibição da "cura da  homossexualidade". Na Califórnia é proibida a tentativa forçada de "curar" adolescentes homossexuais. Se a homossexualidade não tem cura(seja lá o que cura significa), pelo menos o desrespeito tem cura e se chama educação.

9 comentários:

  1. Amigo, legal que você postou sobre esse assunto.

    Eu acho que nem se compara o Jean com o Malafaia. A retórica do Malafaia é ridícula e ele fala sem conhecimento algum. Simplesmente ele é o que há de pior no cenário político e religioso do país.

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  2. Valeu pelo comentário e pelo alerta Rafael

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  3. O senhor Silas Malafaia apenas representa o que um verdadeiro homem-ciente de suas responsabildades e respeito a sua familia- deveria falar. O homosexualismo brevemente será comprovado atraves da ciência como um disturbio. Só a partir desse ponto o individuo podera requerer direitos diferenciados de um cidadao comum, pois ninguém que esteja em seu estado fisico, fisiologico e mental normal desejaria dispensar uma mulher (que é um bem divino)para ter relação com outro macho. Como se diz: só existe energia se for tomada com plug, não existe energia com tomada com tomada .

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  4. Obrigado pelo comentário Izaias. Até o momento não existe cura para a orientação sexual de qualquer pessoa. Talvez um dia haja, mas hoje não há e essa é a realidade.

    HOMOSSEXUALISMO NÃO EXISTE PORQUE HOMOSSEXUALIDADE NÃO É DOENÇA. Posso até conceber que existam disturbios que façam as pessoas praticarem a homossexualidade, mas também existem disturbios que fazem as pessoas praticarem sexo heterossexual. A homossexualidade em si não pode ser considerada um disturbio, ela apenas é uma orientação.

    Vivemos numa sociedade heteronormativa e existe uma clara concepção negativa aos homossexuais. A maioria dos homossexuais são pessoas boas e trabalhadoras que pagam seus impostos e merecem ser tratados com respeito. Eles não são melhores ou piores que ninguém.

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  5. Também concordo com vc Izaias

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  6. Veja a filmagem original do evento no ícone Vídeos no site da Frente Parlamentar Evangélica, www.fpebrasil.com.br

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  7. O que não concordo é que muitas pessoas estão rotulando a discordância de pensamento, comparando a mesma com homofobia. Não to nem aí se querem ser gays, não concordo com a permissão para adotar filhos, família é família e hj o maior problema do mundo é a destruição da família.

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  8. Caros amigos,não defendo a pessoa de Silas Malafaia, mas gostaria que todos lessem seus comentários NA ÍNTEGRA! pois sempre vejo apenas algumas frases cortadas sobre suas argumentações, motivo pelo qual, sentia certa repulsa contra ele, até que resolvi me informar antes de me pronunciar e entender seu posicionamento.

    Por favor, façam o mesmo, antes de criticar qualquer dos dois, para que não sejam injustos com vcs mesmos, pois assisti dezenas de declarações, palestras e até pregações do Malafaia e NUNCA o vi falando mal de HOMOSSEXUAIS, o que é MUITO DIFERENTE de homossexualismo!

    Outro detalhe, é que o termo e o conceito de "família" que todos acham que conhecem iniciou-se entre os hebreus, fazendo parte de sua lei interna e todos estavam submetidos à este conceito, ora, torna-se RIDÍCULO criar um novo conceito e rotular cristãos como HOMOFÓBICOS, já que seus antecessores criaram o conceito moderno de família.

    Poderia citar diversas fontes históricas e antropológicas para lhes explicar melhor, mas isso tornaria o texto ainda maior. Portanto, ciente da inteligência de todos vocês, informem-se antes de julgar qualquer dos lados desta história.

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  9. Então a causa da destruição familiar e ser gay? Acho que a destruição da família se da pela falta de pulso e coragem dos pais que são omissos, são essas musicas pornográficas que os filhos ouvem e os pais abaixam as orelhas... São o álcool e as drogas que vemos os traficantes venderem na nossa esquina e não denunciamos... é a falta de respeito que aceitamos dos nossos filhos e com isso colocamos verdadeiros animais no mundo para matarem uns aos outros... Se o nosso principal motivo de destruição da família fosse realmente a homossexualidade podíamos nos dar por felizes... seria mais fácil tentar calar a minoria, mas não é... são os homens... Traidores, safados, preguiçosos, descarados, que cuidam da vida dos outros mais nunca olham seu rabo... a culpa é nossa... com todos os nossos defeitos e falta de amor e educação. Para mim isso é hipocrisia pura.

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